(gosta também da imagem da primeira palavra que leu sentada na cama com a mãe: cacau e de suas leituras escritas no quarto sobre literatura feminina)
ALINE: Então, eu queria...desde criança[também?] desde antes de aprender a ler...eu queria ser professora [a Sandra também queria, né! também]. Sempre quis, sempre não, teve uma época que eu tive conflito, né, mas a vontade de ser professora começou quando eu era criança, sempre que íamos brincar, né, a gente fazia, eu...a maioria das brincadeiras eram voltadas pra escola... e sem perceber eu já era uma professora de Educação Física [risadas, já tinha escolhido a área!] Era! Brincava de ensinar a ler e a escrever, mas tinha uma parte prática na brincadeira, que eu ensinava a fazer estrelinha! [risadas, a gente ensina o que gosta, né!] dava aula de música porque eu me achava a cantora! [nunca tive aula de estrelinha...eu também não! risadas] Que pena, não cresceram comigo...[risadas] E isso eu tinha sei lá, uns cinco anos, por aí, e sempre me interessei pela leitura, e não sei da onde que partiu esse interesse, porque meu pai estudou só até a quarta série, minha mãe estudou até a oitava, mas foi aquele estudo assim...vamos passar? Ah, ela consegue ler vamos passar pro próximo, vamos pro próximo? E ela chegou no oitavo ano (oitava série), sem saber ler e escrever direito, então eu nunca tive incentivo em casa por leitura, assim, nunca não, depois que eu entrei no Ensino Médio, meus pais começaram a pegar no meu pé e tudo mais...mas na infância, foi uma coisa que partiu de mim isso...se eu ganhasse um real em um mês e no outro mês eu ganhasse mais um eu ia juntando esse pouquinho, e o dinheiro que eu tinha eu comprava livro, só que era livro assim, eu ia na banca de revista, eu lembro que tinha uma revista, eu não sei se ainda existe, chama Recreio [existe!] essa revista vinha com um livrozinho, esse livro era que eu...eu queria o livro, não era a revista! E aí eu lembro até hoje, tinha um livro que falava dos Quinhentos anos do Brasil na época, e aí eu fiquei muito interessada por esse livro porque eu queria conhecer a história do Brasil, que na escola a gente num...eu num lembro de ter naquela época e meus pais num sabiam, minha convivência sempre foi com pessoas muito humildes, então esse tipo de conversa não era presente, então eu era muito sozinha com as minhas leituras... e eu adorava ler. Aí depois que eu descobri essa revista, pronto! Aí eu me interessei totalmente pela leitura, e na minha escola não tinha uma biblioteca, eu estudei dez anos num colégio estadual próximo à minha casa e era um colégio bem humilde mesmo...[aqui em Goiânia?] Aqui em Goiânia, e aí eu descobri que tinha um colégio mais próximo que tinha uma biblioteca, foi uma professora que me falou, aí eu chamei meu pai pra me levar nessa biblioteca, eu tinha lá por volta dos meus seis anos. Eu falei pai, me leva na biblioteca e tal, tem uma biblioteca lá perto de casa e tal, era a época que eu tinha acabado de aprender a ler, num sabia nem formar, num sabia nem ler uma frase inteira, mas eu queria ler...aí meu pai me levou, aí eu ia direto nessa biblioteca porque eu aprendi o caminho, né, e aí eu ia sozinha, minha mãe desde cedo me deixou sair sozinha [bom] só eu, meus outros irmãos não, só a mais velha! [risadas, um grande perigo!] mas eu ia... Aí eu pegava livro de Ciências...adorava estudar o corpo, aí aprendi a ler rápido mesmo, sozinha assim, minha mãe me ensinou a ler a primeira palavra me lembro até hoje eu li cacau, minha primeira palavra que escrevi sem saber ler eu escrevi tatu no armário de casa, vermelho, tinha quatro anos, lembro até a idade, e aí eu ia nessa biblioteca e sempre sozinha, né, e aí ok, com o passar do tempo, chegando lá pra adolescência, eu já não tinha mais tanta vontade de ser professora, mas eu amava as práticas corporais, eu gostava da Educação Física e aí eu pensava: ou vou trabalhar em academia ou vou ser professora ou vou ser médica, porque trabalha com o corpo também, só que assim na minha cabeça tinha essa coisa, eu não vou ser médica, porque eu sou pobre, minha mãe não vai conseguir pagar uma faculdade e eu pelo estudo que eu tenho não vou conseguir passar no vestibular, não vou ser médica, então vou ser professora mesmo...aí foi, terminei o Ensino Médio né, e falei mãe, vou prestar vestibular pra Educação Física, e ela falou meu Deus, mas você estudou isso tudo, porque eu era muito estudiosa, você estudou isso tudo pra virar professora? [risadas] E eu oh mãe, qual o problema? E ela e de Educação Física ainda??? [risadas] Não! Então vira uma professora de Português pelo menos, de Português, uma professora de História, de Matemática, professora de Educação Física minha filha?! [você dava aula de estrelinha!] É o que eu gosto, e pra minha mãe era um absurdo porque eu gostava tudo ao contrário lá de casa, né... Eu amava capoeira e minha mãe é muito religiosa, católica ela achava que capoeira era macumba [vixe, risadas] aí eu pedia pra ir pra capoeira, mãe eu quero fazer capoeira e num deixava, e eu comecei a ir escondida, eu descobri um grupo que tinha perto de casa e comecei a ir e ela descobriu e parece que foi macumba da minha mãe porque eu tive duas lesões no punho e eu não podia fazer capoeira [risadas] gente a macumba, minha mãe que macumbou e pra piorar a história, eu descobri depois, descobri não, minha mãe mesmo que me falou, que ela rezou pra eu não passar no vestibular porque ela não queria que eu fosse professora, e daí já entrou uma coisa dentro de mim que eu falei, agora eu vou ser professora! Agora eu vou ser professora! [risadas, uma pessoa rebelde, né?!] rebelde, eu já era rebelde na época, muito rebelde e virou um caos, né! [se fala num vai aí é que quer ir] é, só que aí quando você está com os seus pais e eu vi aquela peleja porque assim, não foi fácil, eu comecei a trabalhar muito cedo e aí eu pensava ah, realmente, ser professora num vai dar porque eu quero mudar a vida da minha família e eu acho que não vou mudar dessa forma, aí eu precisei reprovar mesmo no vestibular, passar por isso e tentar fazer outro curso, aí eu fui fazer Administração eu acho, que não tem nada haver comigo e não passei no vestibular de novo, aí eu falei gente tem aluma coisa acontecendo, que que é isso? Eu sempre estudei tanto, como que eu num consigo passar no vestibular? Aí fui, fiz um cursinho e aí eu falei vou tentar agora na UFG porque eu tentei a primeira vez na UEG e UEG era bem mais concorrida na época pra Educação Física, aí eu falei vou tentar na UFG e não sabia que a UFG era menos concorrida, mas eu falei eu vou tentar e eu vou conseguir! E eu coloquei na cabeça que eu ia conseguir que eu queria fazer aquilo, aí fiz, passei no vestibular, vou ser professora mesmo. Aí ela nossa, minha filha, você está determinada a ser professora mesmo e eu falei tô e você vai ver a importância que tem a minha profissão, você vai gostar. E ela então, se é o que você quer então vai lá, faz, aí fiz o curso, né, tive vários pro...assim problemas pessoais ao longo curso mesmo, de identificação, porque eu estudei aqui, né na UFG e fiz intercâmbio dois anos em Portugal numa universidade que é totalmente voltada pra técnica, pra área biológica, num tem nada haver com docência, num tem nada haver com a perspectiva que eu tenho hoje, e aí eu entrei em crise novamente, pensei, né vou novamente pra área biológica, voltada pra academia, vou trabalhar com futebol, vou ser uma técnica, num sei, mas eu acho que não vou ser professora, aí voltei pro Brasil pra concluir a faculdade, entrei no PIBID né, iniciação à docência, aí foi que eu me encontrei de verdade, acho que porque ali eu vi que realmente era na escola que eu queria tá, né porque eu vi crianças que viveram o que eu vivi e eu, aí eu comecei a ver na escola uma possibilidade assim de mudança, mas não no sentido radical né, ai, a escola é a salvação né, mas uma possibilidade de emancipação porque eu acho que meu estudo, a minha trajetória acadêmica, de certa forma me trouxe algum esclarecimento, porque eu pensava que eu não tinha a possibilidade de crescer na vida, da minha família mudar por ser uma pessoa pobre, mas através do estudo eu vi que essa possibilidade existe sim e pelo esclarecimento que eu tive eu vi que eu não era inferior às outras pessoas, porque eu me achava muito inferior, muito inferior mesmo, e aí eu pensei, não eu vou continuar, aí formei e fiz um concurso que na verdade era pra professora substituta pro CEPAE, ia ser o lugar o primeiro lugar que eu iria trabalhar como professora, né, e eu pensei nossa começar no CEPAE! Podia ser qualquer escola...que o CEPAE eu morria de medo até de fazer o estágio lá, que eu não fiz o estágio lá, aí fiz e meu primeiro medo foi passar pela banca, né, que você tem que dar uma aula pra três doutores e eu tinha acabado de sair da faculdade...só que por sorte o tema foi algo que foi o que eu vivi e tentei comprovar a minha vida inteira a importância, que era pra falar sobre a importância da ginastica na escola e no corpo, uma coisa assim, e eu sempre vi isso como algo muito importante porque a maioria dos professores trabalham o esporte, né. Na escola dá a bola e o menino ai jogar o futebolzinho lá e fechou [e outros jogam xadrez ou dominó] é... E eu falei nossa, que bom, caiu um tema que eu sempre quis falar né, mas quais autores eu vou usar agora? E aí beleza, fiz, passei, entrei, e aí entrei no CEPAE, e aí de novo outro conflito em ser professora, né? Porque trabalhar no CEPAE é tentar ir contra a corrente na minha área, né porque grande parte dos professores na Educação Física dos que eu conheci e dos que foram meus professores estavam interessados mesmo apenas em entregar mesmo a bola e era um rola bola, e lá não podia ser assim, agora, grande parte dos professores ali tem um projeto diferenciado, né, não são todos, mas grande parte tem um projeto diferenciado e eu queria fazer parte, né, desse grupo e aí eu sofri muito assim no início também porque eu jovem, né, na escola, aí eu fui dar aula pro Ensino Médio e tinham muitos alunos que falavam assim, ah, Educação Física? Num vou fazer Educação Física não...vou estudar, Educação Física num é estudo...e aí muitos alunos num participavam da minha aula e a minha luta foi em tentar fazer esses alunos terem interesse e isso foi me gerando um conflito porque eu me sentia desmotivada em trabalhar, né, eu chegava lá e tinha uma porção de alunos que não queriam fazer aula. Aí foi quando veio um clique! Eu pensei, ah, vou trabalhar numa perspectiva diferente, agora eu vou trabalhar na perspectiva de fazer esses alunos que não têm interesse se interessar...vou procurar porque é que eles não querem fazer. Aí que que eu descobri na grande parte, a questão do bulling, né ai eu num faço porque todo mundo joga bola na minha cabeça, ah porque todo mundo fala que eu sou ruim, ah professora eu num me interesso por esporte, eu me interesso por dança [adolescentes né, sempre têm essas questões] é... e aí fui tentando entrar nesse universo, né, ai, vou tentar fazer práticas que não tem tanta agressividade, vou tentar trabalhar mais essa questão do bulling, e aí depois de uma ano que eu estava no CEPAE eu já tinha, é, praticamente aí uns 98% doa alunos participando das minhas aulas, pouquíssimos não participavam e assim, passaram a amar a Educação Física, eu tenho alunos que odiavam a Educação Física e prestaram vestibular pra Educação Física agora, lá no CEPAE. E aí, aí pronto eu falei é isso mesmo que eu quero então, acabou, estou satisfeita em ser professora, é isso! Aí saí do CEPAE [risadas, acabou contrato!] Fui, porque a vida da professora é frustração... saí do CEPAE, estava desempregada e eu fali, e agora? E ia sair o concurso do município, fiz a prova do município fui parar, fui parar não, né, eu tive que ir por conta do mestrado, fui parar na E.A.J.A, trabalhar no noturno, ainda bem, consegui a vaga e aí outro embate, né, quem tá no noturno, na E.A.J.A são trabalhadores, né cansados [num quer, ou de mais idade] num quer fazer, aí entrei em crise de novo. Que que eu vou fazer? [risadas] foi difícil, nossa, de novo, fiquei um ano pra tentar no CEPAE e agora vou ficar aqui, só que assim, é, com o pessoal do noturno, foi até mais tranquilo, foi mais rápido, o sofrimento passou mais rápido porque aí eu consegui verificar o que que eles tinham interesse, né! Que lógico que eles num tinham interesse de chegar lá e jogar uma partida de futebol, de 1ª a 4ª série, num era isso, aí eu fui tentando, usei a mesma tática que usei no CEPAE de conhecer os alunos de ver o interesse, né, vamos ver por onde começar, e aí eu fui conseguindo, né encontrar ali brechas pra poder desenvolver a Educação Física, só que aí o interessante foi, é que, voltando pra leitura, né, a Educação Física historicamente, ela não é uma disciplina que trabalha tanto com a leitura, né, ela trabalha mais com a s práticas corporais, mas eu vi na E.A.J.A uma possibilidade de trabalhar a leitura voltada pra Educação Física de uma forma crítica, que na escola também é possível né eu trabalhei na escola regular, né, de ensino regular, mas que na E.A.J.A a forma crítica era outra, porque ali eu tava trabalhando com adultos porque ali, eu, pra estudar eu, sobre a política, né, o fenômeno esportivo voltado pra política de forma crítica, como que a Copa do Mundo influencia né, o que a gente tá vivendo hoje em sociedade, como que ela mascara, né o que a política, é, o que o sistema político anda fazendo, as Olimpíadas, os investimento e tudo mais aí eu entro nessa questão, e existe um debate, né que é possível, então aí eu já me encontrei de novo como professora, né. Mas eu acho que ser professora é pra isso, né, é o tempo inteiro você tá se encontrando. E aí, relacionado à leitura, né, por exemplo se eu me vejo como uma leitora, eu me vejo como uma leitora, mas no momento, eu me vejo como uma leitora obrigada à ler, né! Porque eu como mestranda eu não tenho outra opção a não ser ler e escrever e bem n o momento eu não tenho mais a minha liberdade de escolher o que eu vou ler, né e tenho às vezes, minha irmã é formada em Letras, né e eu amo poema, então ela encontra livro às vezes e fala ai esse livro é a sua cara! Ela pegou um da Clarice Lispector e disse ah, a sua cara, vou te... esse livro comprei pra você, e até hoje... num consigo ler, mas eu me vejo como uma leitora porque em qualquer momento se tem alguma coisa escrita a gente tá lendo e tá tentando interpretar aquilo, né?! E eu não sei se vem de sermos leitoras, ou professoras, num sei que que acontece, mas, essa é uma realidade, a gente não descansa, né, quando tem algo pra ler a gente tá lendo. É... na memória fica o que significa? Eu acho que fica o que significa sim, né, acho que, agora eu acho que o que não significa, a gente nunca vai saber...num vai lembrar, né! [risadas, a gente esquece] mas por exemplo, eu não consigo me recordar, é, o porque de me interessar em ler, por exemplo, eu não consigo me recordar [e foi quando você era muito pequititica, né] é e eu não tive, eu não me lembro de ter incentivo, igual eu falei, meus pais não me incentivaram, eu não tinha amigos que me incentivassem, muito menos professores... [nem professores?] Não, e nisso assim, em meus estudos, eu não tive professores assim que me incentivassem não, pelo contrário, eu queria muito ler e às vezes eu não podia ler, por exemplo, eu queria pegar algum livro, né, que a professora às vezes levava um livro lá pra mesa e aí tinha um tempo determinado que era a aula dela pra gente ler, aí num dava tempo de ler tudo e eu queria ler e a professora num deixava [tomava o livro, risadas] professora, eu num acabei, eu chorava quando num dava pra ir pra escola, eu amava ir pra escola![risadas, era difícil, um problema!] Ah, eu passei por isso demais e aí, ah na minha época da infância assim, dos cinco até acho que lá pros meus doze anos, a maioria dos meus professores já estavam próximos de se aposentar, eu sempre pegava professores próximo de aposentar e eram professores sempre muito cansados [risadas, num quer mais nem saber!] E aí num tinha incentivo nenhum, nada![risadas, professor assim só quer o menino sentado quieto!] É... e aí passava... é eu acho que é isso! ALINE: Karol, eu esqueci de falar uma coisa que talvez seja muito importante [fala] teve, é, no meu processo de inicio com a leitura com a leitura, teve um período que eu só queria ler livros de mulheres [olha que legal, interessante] é, porque eu ficava assim porque que nós somos deixadas tão de lado, olha, isso, eu deveria ter por volta dos meus oito anos [consciência feminista, a Maria Flor é desse jeito também] e eu ficava nessa e eu, não vou mais ler livro de homem, eu só quero livro de mulher, e eu escrevia poema, eu escrevia música, eu era a louca da casa, né!, porque num tinha nada haver com a minha família e aí minhas músicas, meu poemas eram todos voltados para o feminino mesmo, e foi por isso, outro motivo de eu ter entrado na Educação Física que foi assim que eu comecei a ter mais destaque entre as pessoas que eu era muito tímida e aí eu comecei a me interessar pelo futsal né, porque quem jogava eram só os meninos na escola e eu falei, não, quero aprender esse negócio, porque só homem joga! Quero aprender, vou jogar, aí eu pedi pro professor de Educação Física pra jogar porque tinha que pedir e ele deixou [risadas, pensa se num deixasse!] deixou e aí por incrível que pareça, eu tinha um desenvolvimento muito bom, uma desenvoltura muito boa pro esporte, e aí eu comecei a ficar tão boa que aí eu era escolhida primeiro que os meninos, e aí acabou, né! Tava me achando, me encontrei ali e aí que eu fiquei mais interessada mesmo em lutar por essa que tão assim que, do feminino, sabe? Por que que, eu ficava questionando minhas professoras porque que os meninos podem vir, assim ás vezes os meninos estão com a roupa suja e tal e eu sujo a minha roupa e vocês ficam me questionando porque que a minha roupa tá suja [mocinha tem que tá limpinha...] porque eu vivia suja, eu vivia suja na escola, mas eu sempre levava bronca, mas os meus amigos sujos não levavam brona [menina num pode ser suja] e eu ficava nisso e o que me fez ter interesse pela Educação Física e a minha leitura foi isso...e aí eu fiquei um bom tempo assim, um bom tempo até a minha adolescência só lendo livro de mulher, assim por conta própria né! [leia mulheres, ela devia coordenar o leia mulheres!]
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